- Sabe, eu cheguei ao ponto de querer ser louca. Louca mesmo, louca de hospício. Assim eu poderia viver num mundo onde tudo seria perfeito. Onde eu gostasse da realidade, onde eu vivesse meus sonhos.
- Mas isso não seria real.
- Pra mim seria. Seria o meu mundo real que você chamaria de paralelo. Mas eu estaria louca então ninguém me convenceria de que ele não é real.
- Do que nós estamos falando?
- De sonhos.
- Pois então corra atrás do seu!
- Não posso... Eu precisaria ser uma em um milhão para realizá-lo e já vi que não sou. É difícil ter que conviver com a ideia de se contentar com segundas, terceiras ou milésimas opções. Muitas vezes eles falam pra correr atrás, mas esquecem de te avisar que você é só um bebê que engatinha ou que nem ao menos tem pernas.
- Não pense assim... Corra atrás! Você não vai saber se não tentar.
- Eu vou tentar. Mas a cada vez que eu falhar, quero que uma fagulha de loucura nasça em mim. Assim, só assim eu tenho certeza de que serei feliz. Porque no fim eu terei conquistado meu sonho, seja na sua realidade ou na minha loucura.